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  • Foto do escritorAnja Kamp

Dá pra ter um Natal de paz em tempos tão conturbados?

Atualizado: 23 de dez. de 2022


Dá pra ter um Natal de paz em tempos tão conturbados?


Há pouco tempo, uma cliente me perguntou: “Como vou celebrar o Natal com minha família, se briguei feio com meu irmão e ainda não fizemos as pazes?

Só porque é Natal, vamos fazer de conta que está tudo bem? Empurrar o conflito, a divergência, a raiva para debaixo do tapete?”


Em 2022, quem não teve divergências, discussões acaloradas, decepções na família ou no círculo próximo de amigos, vizinhos, colegas de trabalho? Quem não ficou chateado, triste, chocado, assustado, indignado, em algum momento, ou até mesmo o ano inteiro, com algo que ouviu ou leu, vindo de uma pessoa que lhe é querida?


Política, dinheiro, perspectivas, convicções, relacionamento, necessidades, decisões, desejos, medos, expectativas (razoáveis ou idealizadas): os temas dos nossos conflitos são diversos.


Se o Natal deve ser um tempo de paz, o que fazer nestes tempos conflituosos?

Seremos privados de paz, enquanto não resolvermos nossas diferenças?


Trégua de Natal

Um evento histórico, ocorrido no Natal de 1914, nas trincheiras da 1ª Guerra Mundial, mostra que, até mesmo em um cenário de guerra declarada, é possível construir momentos de paz (se puder, antes de continuar a ler, assista o vídeo “Trégua de Natal” - bit.ly/3joT2Hc - de 3 minutinhos, que retrata o episódio – e depois volte..!).


Em meio ao conflito, construir momentos de paz é uma escolha pela paz – não depende da resolução do conflito. Alguns itens da “receita” retratados no vídeo incluem:

  •  parar de atirar;

  •  acolher os sinais de trégua do outro;

  •  sinalizar que você também quer trégua;

  •  confiar na intenção de paz do outro;

  •  brincar junto.

Muito antes de existir Natal, os povos do hemisfério norte celebravam o solstício de inverno. Com muito barulho, afugentavam o frio e celebravam o fato de terem sobrevivido à noite mais longa do ano.

Era uma festa de vitória e de esperança, para que as pessoas tivessem forças para seguir adiante, enfrentando seus desafios, que seriam muitos, antes do inverno chegar ao fim.

Da mesma forma, o Natal – a celebração do nascimento da Criança Divina – traz a esperança de que a luz vencerá a escuridão, de que o melhor em nós há de prevalecer.


Quanto maior o conflito, maior a necessidade de paz.


E a paz tem feito falta...

A paz nem sempre será duradoura. É mais provável que seja temporária. Mas nem por isso menos valiosa. No livro “Crianças Dinamarquesas” (de Jessica J. Alexander e Iben D. Sandahl), fala-se sobre uma linda tradição local: o hygge.

Contam as autoras que os dinamarqueses costumam promover encontros de família em que todos se comprometem a contribuir para que a ocasião seja alegre e agradável, evitando assuntos tensos ou polêmicos (a serem tratados em outra ocasião).


Todos ajudam e colaboram para que ninguém se sinta sobrecarregado e evitam competir ou se gabar, para não constranger os outros. A ideia é: neste momento o propósito é fortalecer nossos vínculos, recarregar nossas energias e nos divertir!


Se estamos precisando de um tempo de segurança, aconchego, alegria, celebração podemos criar nosso Natal com hygge.

Ao suspender os temas controversos, não se trata de hipocrisia, mas de reconhecer que todos nós precisamos recarregar nossas energias e que nossa família – a de sangue ou aquela que construímos ao longo da jornada – pode e deve ser um porto seguro para todos. É uma necessidade humana.


Gostaríamos que todos os problemas e diferenças se resolvessem?

Claro!


Vai acontecer?

Provavelmente, não.


Nem por isso temos que abdicar de um “Natal de paz”.

Podemos escolher, propor e construir momentos de paz e alegria só porque a gente quer, precisa, merece.

O resto a gente resolve depois.


Que você possa se presentear com um pouco de paz – se não der pra ser com os outros, que seja pelo menos consigo mesm@. Porque você merece e, acima de tudo, porque você – e eu e todo mundo – precisa!


Eu lhe desejo alegria e paz neste Natal – se você também quiser!




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